Marcadores

TIRAS (790) HQ (228) INSPETOR (179) RESENHAS (112) LEXY COMICS (110) PORTFÓLIO (62) CARTUM (52) LEITMOTIV (30) LEXY DRIVER (20) LAMPIÃO (19) AUGUSTO (16) CINEMA (15) CONTOS (15) FRANKENSTEIN200 (8) TEATRO (7) FRANKENSTEIN (5) ROTEIROS (5) ARTES PLÁSTICAS (3) FIM DA LINHA (3) FOTOS (3) OFICINA (3)

BOTÕES DE COMPRA

Comprar LAMPIÃO Pague com PagSeguro - é rápido, grátis e seguro! Comprar A SITUAÇÃO DE AUGUSTO Pague com PagSeguro - é rápido, grátis e seguro! Comprar REVISTA JAPY Pague com PagSeguro - é rápido, grátis e seguro! Comprar VIDA DE INSPETOR Pague com PagSeguro - é rápido, grátis e seguro! Comprar LEITMOTIV Pague com PagSeguro - é rápido, grátis e seguro!

quinta-feira, 15 de maio de 2008

VIDA REAL

NOTA:Eu escrevi este roteiro sobre o argumento de outra pessoa.


Seq. 1 - posto de gasolina - externa - dia
Plano fechado em mãos de frentista, andando, contando o dinheiro, algumas notas de dez reais e cinco reais, nota de R$ 1,00 REAL semi nova em detalhe contada por ultimo.
Carro de luxo parado, frentista entrega o dinheiro ao dono do carro, homem elegante de terno.
Homem pega o troco, conta o dinheiro, coloca as notas no bolso deixando de lado a nota de R$ 1,00 REAL,coloca a nota de R$1,00 no painel do carro. coloca a chave na ignição, liga o carro e sai.

Seq. 2 - carro- interna - dia
Farol fechado, meninos em frente dos carros com malabares fazendo acrobacias
Celular do motorista toca.Ele atende
MOTORISTA
Alô?(pausa)Sim,estou com o caso dele na minha mesa.O cara é tão otário que estou pegando toda a aposentadoria dele....

Seq 3-farol-externa-dia
Um dos meninos se aproxima dos carros
MENINO
Tio,tem um trocado pra "mi dá"?
homem elegante de terno em carro de luxo entrega uma nota de R$ 1,00 REAL para o menino que dobra e guarda no bolso.
MENINO
"Brigado",tio.

Seq. 4 - padaria - interna - dia
Menino entrana padaria,se diriga ao balcão
MENINO
"Mi vê R$1,00 de pão.
atendente entrega os pães, menino vai até o caixa e paga com o R$ 1,00 REAL, o caixa deixa a nota fora da caixa registrado, menino sai

Seq 5-externa-padaria-dia
Menino sai da padaria,cruzando com adolescente de uniforme e material escolar, adolescente entra na padaria

Seq 6-interna-padaria-dia
Adolescente vai até o caixa
ADOLESCENTE
Vê um cigarro pra mim!
O atendente lhe entrega o maço de cigarros.Adolescente paga com uma nota de dez reais, o caixa devolve o troco com nota de cinco e dois reais mais a nota de R$ 1,00 REAL, adolescente dobra as notas coloca no bolso da mochila e sai.

Seq. 7 - calçada - externa – dia
Câmera acompanha garoto de uniforme caminhar, abre o maço de cigarros, acende um e começa o a fumar, um vendedor de balas passa por ele,ele compra um halls com o vendedor de balas em frente à estação de trem com o R$ 1,00 REAL, o vendedor de balas guarda a nota na pouchete, devolve de troco cinqüenta centavos.
Vendedor de bala esconde as balas e entra na estação de trem.

Seq. 8 - trem - interior - dia
Vendedor de bala entra no trem, tira as balas da bolsa, anuncia a venda das balas.
Homem em pé, segura sua bolsa olhando para todos os lados, acompanha com olhar o vendedor, ele o chama e compra um halls com uma nota de dois reais, vendedor tira da pouchete o troco, uma moeda de cinqüenta centavos e a nota de R$ 1,00 REAL.
Vendedor sai anunciando.

Seq. 9 - plataforma - exterior - dia
Na próxima estação, homem desce, compra com o R$ 1,00 REAL um caça-palavras mais uma caneta com uma vendedora gordinha, ela guarda a nota no seu bolso.

VENDEDORA
Você deu sorte.Esta é a última revista!

Seq. 10 - trem - interior - dia
Vendedora entra no trem destino Rio Grande da Serra, vendedora desce na estação de Mauá.

Seq. 11 - feira - exterior - dia
Vendedora gordinha numa barraca de pastel, compra um copo de caldo de cana com a nota de R$ 1,00 REAL, ela sai.Cliente da barraca pede por dois pastéis, feirante da de troco o R$ 1,00 REAL.Câmera acompanha a nota(plano detalhe).A nota passa de mão de feirantes não identificados para mãos de clientes tambem não identificados.Feirante da barraca de pastel vende um pastel para vendedora gordinha, devolvendo de troco o R$ 1,00 REAL, vendedora gordinha guarda a nota no bolsa de trás da calsa, ela sai da feira.

Seq.12 – casa/cozinha - interior - dia
Vendedora gordinha, entrando em casa com sua bolsa nas costas e algumas sacolas na mão,
Colocas as sacolas na mesa da cozinha, na geladeira ela vê o calendário marcado com um circulo a data de pagamento do aluguel, ela tira da bolsa todo dinheiro,a nota de R$1,00 rasga quando ela puxa do bloso.
VENDEDORA
merda!Dinheiro de pobre tem sempre que rasgar à toa!

Na mesa ela conta quanto de dinheiro tem, desanimada com a quantidade vai até uma caixinha em cima do armário, leva até a mesa, retira vários trocados, conta o dinheiro.

Seq 13.-cozinha-interna-dia
A mulher colando a nota de R$1,00 com durex.

Seq. 14 - portão - exterior - dia
Proprietário da caasa,homem alto, forte, barba por fazer, bate no portão.
Vendedora aparece pra atendê-lo
PROPRIETARIO
Vim cobrar o aluguel.
VENDEDORA
(entregando o dinheiro pra ele)
Ta aqui.

Homem conta o dinheiro.
PROPRIETARIO
Ta faltando um real.
VENDEDORA
Mas eu contei.
PROPRIETARIO
Contou errado pra variar.

Seq. 15 - casa/cozinha - interior - dia
Vendedora gordinha, para na porta por um minuto, colocando a mão nos bolsos da causa, no bolso de trás ela tira uma nota de R$ 1,00 REAL, colada com durex.

Seq. 16 – portão – exterior – dia
Vendedora entrega a nota remendada para o homem.
VENDEDORA
Ta certo, agora?
PROPRIETARIO
(sorrindo irônicamente)
Tem um cafezinho aí?

Seq. 17 – sala – interior – dia
Proprietário, sentado no sofá conta o dinheiro, filho entra na sala com uma mochila na costa
FILHO
Tchau, pai!
PROPRIETARIO
Tchau.
Ele encontra no meio das nota, uma nota de R$ 1,00 REAL remendada.
PROPRIETARIO
Peraí, filho...toma esse nota pra você.

Filho pega nota, e sai.

Seq. 18 – rua – exterior – dia
Portão da escola fechando, Filho correndo em direção ao portão, a nota de R$ 1,00 REAL cai no chão, filho não percebe, continua a correr.

Seq. 19 – rua exterior – dia
Plano fechado na nota de R$ 1,00 REAL caída no chão, mão(de pessoa não identificada) pega a nota do chão.

O ENFORCADO

"Adeus,mundo cruel!"Sei que é uma frase batida,mas é a única coisa em que consigo pensar,enquanto faço os preparativos.Chega de ouvir a vaca da minha mulher,que só sabe se preocupar com a vida dos outros.Chega de filhos que mais parecem trombadinhas.Vou aproveitar que eles estão viajando,pra acabar com tudo.
Já escrevi o bilhete de despedida.Já escolhi uma extensão elétrica,e já escolhi o lugar da casa onde vou me enforcar.
Dobrei o bilhete,e o coloquei em cima da mesa da cozinha.Em seguida,me levantei,e peguei o fio.Fui até a sala.Olhei para o teto.Nossa casa era de telha,com vigas de madeira para segurá-la.As vigas pareciam ser fortes,talvez elas me aguentassem.Mas acho que é melhor testar primeiro.
Como vou subir pra testar?O sofá!
Subi no sofá,pensando em arastá-lo,mas no mesmo instante, vi que ele não tinha altura suficiente.Me lembrei da escada de armar que tínhamos.Ela estava na garagem.Fui até lá,para pegá-la.
Ao abrir a porta da garagem,contemplei todas as coisas amontodadas lá.Um monte de tranqueiras.Engraçado como eu nunca me dei conta antes do quanto lixo eu tinha.
O meu legado!Um monumento à burrice,à incompetência de um homem que nunca soube como fazer nada direito!
Peguei a escada e saí o mais rápido possível,envergonhado por perceber o que minha vida representava.
De volta à sala,coloquei a escada no centro e abri.Para posíocioná-la melhor precisei afastar a mesa de centro.Olhei para cima e subi.Sim,felizmente dava pra alcançar a viga.Desci e peguei a estensão.Subi novamente.Passei o fio pela viga,e me segurei nele,colocando todo meu peso no fio.Passou no teste da resistência.
Amarrei o fio na viga.Depois fiz uma força com a outra ponta.Passei a forca pelo pescoço,ajustei para ficar mais justo e garantir a minha morte.Por um momento,hesitei.Pensei em como será morrer;Se dói;Se existe vida após a morte;Em como será meu último momento de vida;Se todo suicida pensa nessas coisas antes de cometer o ato final;Pensei em tudo o que fiz na vida,e no que estou deixando pra trás...
Então,com um movimento da perna,dei um empurrão na escada,que tomnbou no chão,deixando meu corpo pendurado.
A primeira coisa que senti foi um aperto na garganta,causado pelo fio.Depois o aperto foi no pescoço todo,quando a forca se ajustou ao meu pescoço.Senti falta de ar,e o fio apertando minha mandíbula,
Meu corpo balançava de um lado par o outro.Então,fechei os olhos.E voltei a respirar.
Abri os olhos.Respirei.
Eu não acreditava.
Eu não morri!Ainda estou vivo!
A morte demora tanto assim?
Fiquei esperando.Nada.Continuava respirando.
Levei as mãos até o pescoço.O Fio estava prendendo minha mandíbula,mas minha garganta estava livre.Passei as mãos pelo fio.Algo devia estar errado.A forca estava presa,não dava pra desatar.Eu estava preso.Estiquei o braço pra cima,mas não alcançava a viga,pra desamarrar.Tentei gritar por socorro,mas com a mandíbula presa,não conseguia.
Então,me dei conta.Aqui estou,vivo,pendurado pelo pescoço no centro da sala de estar,sem ter como me soltar,nem como pedir ajuda.E a minha família só volta da viagem daqui à três dias.
Vão ser três longos dias...

(11.07.05)