"Adeus,mundo cruel!"Sei que é uma frase batida,mas é a única coisa em que consigo pensar,enquanto faço os preparativos.Chega de ouvir a vaca da minha mulher,que só sabe se preocupar com a vida dos outros.Chega de filhos que mais parecem trombadinhas.Vou aproveitar que eles estão viajando,pra acabar com tudo.
Já escrevi o bilhete de despedida.Já escolhi uma extensão elétrica,e já escolhi o lugar da casa onde vou me enforcar.
Dobrei o bilhete,e o coloquei em cima da mesa da cozinha.Em seguida,me levantei,e peguei o fio.Fui até a sala.Olhei para o teto.Nossa casa era de telha,com vigas de madeira para segurá-la.As vigas pareciam ser fortes,talvez elas me aguentassem.Mas acho que é melhor testar primeiro.
Como vou subir pra testar?O sofá!
Subi no sofá,pensando em arastá-lo,mas no mesmo instante, vi que ele não tinha altura suficiente.Me lembrei da escada de armar que tínhamos.Ela estava na garagem.Fui até lá,para pegá-la.
Ao abrir a porta da garagem,contemplei todas as coisas amontodadas lá.Um monte de tranqueiras.Engraçado como eu nunca me dei conta antes do quanto lixo eu tinha.
O meu legado!Um monumento à burrice,à incompetência de um homem que nunca soube como fazer nada direito!
Peguei a escada e saí o mais rápido possível,envergonhado por perceber o que minha vida representava.
De volta à sala,coloquei a escada no centro e abri.Para posíocioná-la melhor precisei afastar a mesa de centro.Olhei para cima e subi.Sim,felizmente dava pra alcançar a viga.Desci e peguei a estensão.Subi novamente.Passei o fio pela viga,e me segurei nele,colocando todo meu peso no fio.Passou no teste da resistência.
Amarrei o fio na viga.Depois fiz uma força com a outra ponta.Passei a forca pelo pescoço,ajustei para ficar mais justo e garantir a minha morte.Por um momento,hesitei.Pensei em como será morrer;Se dói;Se existe vida após a morte;Em como será meu último momento de vida;Se todo suicida pensa nessas coisas antes de cometer o ato final;Pensei em tudo o que fiz na vida,e no que estou deixando pra trás...
Então,com um movimento da perna,dei um empurrão na escada,que tomnbou no chão,deixando meu corpo pendurado.
A primeira coisa que senti foi um aperto na garganta,causado pelo fio.Depois o aperto foi no pescoço todo,quando a forca se ajustou ao meu pescoço.Senti falta de ar,e o fio apertando minha mandíbula,
Meu corpo balançava de um lado par o outro.Então,fechei os olhos.E voltei a respirar.
Abri os olhos.Respirei.
Eu não acreditava.
Eu não morri!Ainda estou vivo!
A morte demora tanto assim?
Fiquei esperando.Nada.Continuava respirando.
Levei as mãos até o pescoço.O Fio estava prendendo minha mandíbula,mas minha garganta estava livre.Passei as mãos pelo fio.Algo devia estar errado.A forca estava presa,não dava pra desatar.Eu estava preso.Estiquei o braço pra cima,mas não alcançava a viga,pra desamarrar.Tentei gritar por socorro,mas com a mandíbula presa,não conseguia.
Então,me dei conta.Aqui estou,vivo,pendurado pelo pescoço no centro da sala de estar,sem ter como me soltar,nem como pedir ajuda.E a minha família só volta da viagem daqui à três dias.
Vão ser três longos dias...
(11.07.05)
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