A ÚLTIMA BAILARINA
Uma inocente bailarina, um urso
de pelúcia desbocado, e um unicórnio. Consegue imaginar uma HQ estrelada por um
trio desses? E se eles tiverem que tentar sobreviver durante um apocalipse
zumbi? Bem esse é o plot da divertida HQ A ÚLTIMA BAILARINA, escrita e
desenhada por Guilherme de Souza.
A história começa “já começada”,
com o mundo já infestado por zumbis, e Laurita em casa, tendo apena Fifo, o
ursinho pra protegê-la. Presos em casa, eles encontram Léo, um Unicórnio que se
escondeu em sua casa, pra fugir dos zumbis. Juntos, eles protagonizam ótimos
diálogos engraçados enquanto passam pelas agruras de manter os zumbis fora da
casa.
Mas se engana quem se deixar
levar pelo traço limpo e os personagens aparentemente fofos, e achar que se
essa HQ é voltada para um público infanto juvenil. Ao contrário, esta é
definitivamente uma HQ pra adultos, e como tal, cheia de piadas politicamente
incorretas, e muito engraçadas. As diferenças entre Fifo, o ursinho e Léo, o unicórnio,
geram ótimas gags. Mesmo que possam parecer ofensivas por seu teor homofóbico,
elas fazem parte do personagem Fifo, e são feitas de forma simples e casuais.
Mesmo assim, a construção das piadas, o timming das cenas, geram boas risadas.
Quanto ao tema zumbi, mesmo que
hoje em dia pareça saturado, Guilherme de Souza nos brinda com uma história que
consegue fugir um pouco dos clichês, ao focar nos personagens dentro de casa. O
que acontece lá fora, a “infestação” zumbis, e o quanto da cidade sobreviveu ou
está lutando não importa aqui, só nosso trio. Esse aspecto é mais um dos pontos
positivos da HQ.
E o “formato” narrativo escolhido
pelo autor também é uma boa sacada, com cada página representando uma piada.
Como nas tiras publicadas na internet, com cada página sendo postada por vez,
como se cada uma fosse um capítulo. Funciona como mini “sketches”, ao mesmo
tempo em que a ligação entre cada uma delas forma o conjunto da trama toda.
Tudo isso embalado em um belo
traço, que remete às animações. O que deixa ainda mais divertida a leitura,
pelo contraste com o teor adulto dela. Também digno de nota é a edição
caprichada, com qualidade que não deixa nada a dever ás publicações de grandes
editoras. Com 52 páginas cloridas, e publicada em formato magazine, a edição
foi lançada em 2014, e é mais uma da leva de lançamentos nacionais que estão
saindo, felizmente. Vale uma conferida!
http://artecompipoca.net/a-ultima-bailarina-critica/