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terça-feira, 21 de abril de 2015

A ÚLTIMA BAILARINA



A ÚLTIMA BAILARINA
Uma inocente bailarina, um urso de pelúcia desbocado, e um unicórnio. Consegue imaginar uma HQ estrelada por um trio desses? E se eles tiverem que tentar sobreviver durante um apocalipse zumbi? Bem esse é o plot da divertida HQ A ÚLTIMA BAILARINA, escrita e desenhada por Guilherme de Souza.
A história começa “já começada”, com o mundo já infestado por zumbis, e Laurita em casa, tendo apena Fifo, o ursinho pra protegê-la. Presos em casa, eles encontram Léo, um Unicórnio que se escondeu em sua casa, pra fugir dos zumbis. Juntos, eles protagonizam ótimos diálogos engraçados enquanto passam pelas agruras de manter os zumbis fora da casa.
Mas se engana quem se deixar levar pelo traço limpo e os personagens aparentemente fofos, e achar que se essa HQ é voltada para um público infanto juvenil. Ao contrário, esta é definitivamente uma HQ pra adultos, e como tal, cheia de piadas politicamente incorretas, e muito engraçadas. As diferenças entre Fifo, o ursinho e Léo, o unicórnio, geram ótimas gags. Mesmo que possam parecer ofensivas por seu teor homofóbico, elas fazem parte do personagem Fifo, e são feitas de forma simples e casuais. Mesmo assim, a construção das piadas, o timming das cenas, geram boas risadas.
Quanto ao tema zumbi, mesmo que hoje em dia pareça saturado, Guilherme de Souza nos brinda com uma história que consegue fugir um pouco dos clichês, ao focar nos personagens dentro de casa. O que acontece lá fora, a “infestação” zumbis, e o quanto da cidade sobreviveu ou está lutando não importa aqui, só nosso trio. Esse aspecto é mais um dos pontos positivos da HQ.
E o “formato” narrativo escolhido pelo autor também é uma boa sacada, com cada página representando uma piada. Como nas tiras publicadas na internet, com cada página sendo postada por vez, como se cada uma fosse um capítulo. Funciona como mini “sketches”, ao mesmo tempo em que a ligação entre cada uma delas forma o conjunto da trama toda.

Tudo isso embalado em um belo traço, que remete às animações. O que deixa ainda mais divertida a leitura, pelo contraste com o teor adulto dela. Também digno de nota é a edição caprichada, com qualidade que não deixa nada a dever ás publicações de grandes editoras. Com 52 páginas cloridas, e publicada em formato magazine, a edição foi lançada em 2014, e é mais uma da leva de lançamentos nacionais que estão saindo, felizmente. Vale uma conferida!

http://artecompipoca.net/a-ultima-bailarina-critica/

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