Leia no link as minhas impressões sobre o que o Grant Morrison aprontou com a princesa amazona,
MULHER MARAVILHA TERRA UM
Lançado em dezembro passado no Brasil (durante a CCXP), e que
chegou as bancas do país agora em janeiro, MULHER MARAVILHA – TERRA UM é uma
graphi novel que chega cercada de uma pequena polêmica, devido ao anunciado tom
feminista na releitura da mais personagem feminina dos quadrinhos.
Com roteiros do também polêmico Grant Morrison (Corporação
Batman), e belíssima arte de Yanick Paquette (Monstro do Pântano), a história
é, basicamente, uma grande história de origem. A trama começa com a volta da
Mulher Maravilha à Ilha Paraíso, para ser julgada por um crime: ter saído da
ilha e feito contato com o mundo dos homens. Em um “tribunal” na presença das principais
mulheres da ilha, Diana e algumas outras “testemunhas” são chamadas pra revelar
a história, em busca dos motivos e conseqüências da saída dela da ilha.
“Terra Um” é uma série de graphic produzidas pela DC, com o
intento de apresentar histórias fora da cronologia normal da editora,
geralmente fechadas, para atrair novos
leitores, ou mesmo quem não quer acompanhar sagas e mais sagas interligadas com
várias outras revistas. Nesse “selo”, os autores podem apresentar pequenas
mudanças em relação aos personagens originais.
Então, neste volume Morrison poderia ser bem mais radical nas
mudanças, mas ele manteve muito do material original, preferindo se focar em
mudanças no contexto que envolve a ilha, e o que levou as amazonas a se isolar
do mundo dos homens. Com isso, as motivações de Diana para sair da ilha acaba
sendo mera curiosidade, a qual também serve para criticar o machismo de nosso
mundo. Em tempos onde o machismo tenta cada vez mais tomar conta da sociedade,
essa visão soa polêmica para alguns. Uma grande mudança foi na forma como Diana
é apresentada, quase como uma adolescente inocente, sem grandes conhecimentos
do mundo exterior. Se por um lado isso dá uma motivação perfeita pra mover a
personagem na trama, no decorrer do gibi ela “amadurece” rápido demais. Aliás,
quanto tempo ela ficou fora de Themyscira é algo não explicado. Parece que em
cinco minutos ela já aprendeu tudo o que tinha sobre o mundo dos homens, pra
voltar planejando o que pode ser compartilhado para a igualdade de gênero.
No decorrer da trama, as motivações não apenas de Diana, mas
de outras personagens importante vão sendo revelados, e os choques culturais
entre os mundos vão “criando” a Mulher Maravilha como a heroína que conhecemos.
E todos os conceitos sobre machismo, feminismo, e até racismo, vão sendo
discutidos de forma simples e fluindo naturalmente e sem ser didáticos.
E os desenhos de Yanick Paquette são um espetáculo à parte,
com um traço belíssimo, e layouts de páginas que lembram J.H. Williams III em
“Promethea”.
Uma história até simples, mas muito bem amarrada. Talvez pode
decepcionar alguns leitores que esperarem algo mais “épico”, como muitas outras
hq’s do Morrison. Mas se você se deixar levar pela simplicidade da trama, vai
curtir.
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