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quarta-feira, 3 de junho de 2015

O DESPERTAR


O DESPERTAR

O DESPERTAR é, sem dúvida, a melhor história escrita por Scott Snyder até o momento! É raro os escritores (de qualquer mídia que seja) que conseguem criar uma história que mude de gênero na metade, e mantenha a coerência. E Snyder conseguiu. Além de o ter feito em uma trama que prede o leitor até a última página. Mini série em 10 edições (aqui publicada pela Panini em dois volumes encadernados), a primeira parte é uma história de terror, enquanto a segunda é uma Ficção Cinetífica com ares pós-apocalipticos. Com 200 anos de distância entre as duas partes, elas se ligam em pontos chave dos mistérios de ambas, de forma fascinante, embora nem todo leitor possa achar agradável.
A primeira parte é uma mistura de FC com terror, na melhor linha do primeiro filme “Alien”, com um pouco de “O Segredo do Abismo”. Aliás, ligá-la com filmes é a melhor forma de descrever essa HQ. Afinal, o ritmo narrativo é bastante cinematográfico, seja no ritmo com a trama flui, seja no fato de ela ser contada sem recordatórios de narração. A história começa com a Dra. Lee Archer, uma bióloga marinha especializada no canto das baleias. Ela é recrutada pra fazer parte de uma equipe pra investigar sons misteriosos vindo do fundo do oceano. Quando chega na base onde irá trabalhar, ela toma contato com estranhas criaturas que parecem híbridas de peixes com humanoides, e por isso acabam sendo chamados de “sereios”. Esses seres segregam uma toxina que causam alucinações, e aparentemente, estão começando um ataque aos habitantes da superfície.
Intercaladas com cenas aparentemente sem conexão com a trama principal, a história é a típica “nós contra criaturas desconhecidas”, com a equipe lutando pra sobreviver às criaturas, ao mesmo tempo em que precisam aprender a juntar forças (tem até os clichês de grupo de personagens com o líder natural, o cabeça dura, o mais esperto, etc.), além de descobrir o que são essas criaturas e o que elas querem.
Na segunda parte, duzentos anos se passaram. O ataque dos sereios na primeira parte fez com que o nível dos oceanos subisse, inundando grande parte do globo. A humanidade vive em construções feitas acima do nível do mar. Há pouca água doce potável no planeta. E a sociedade se estruturou em novos “governos”, sendo que o que restou dos EUA é dominado pela governadora.
Nesse cenário, vive Leeward. Vivendo nos guetos dessa nova sociedade, ela sobrevive caçando sereios, e vendendo as cabeças pra quem usa o veneno deles pra vender como “consumo recreativo”. Ela é obcecada em usar um antigo rádio pra captar sons das profundezas, do que antigamente eram os EUA. Um dia, ela capta o sinal do que pode ser a Dra. Archer, de duzentos anos antes. Enquanto tenta ir atrás da fonte do sinal, ela passa a ser perseguida pelos soldados da Governadora. Juntando-se á um grupo de piratas, ela continua ua busca, que pode trazer também os segredos dos sereios, e fatos desconhecidos da história da humanidade.
Esta segunda parte é tão diferente da primeira, que muitos leitores reclamaram, achando que ela não é tão boa quando a primeira. De fato, se não fossem os sereios, poderíamos considerar como sendo outra HQ distinta. Além de mudar o cenário da trama, Snyder também altera o estilo narrativo, adequando-o ao clima da história, meio “Mad Max na água”. Mas, fora isso, a trama é tão cativante quando a anterior. Se o roteirista tem algum problema, é apenas o fato de todas as informações sobre os mistérios dos sereios serem despejados de uma vez para o leitor nos momentos finais. Além de ser muita informação pra ser assimilada de uma vez, ela quebra o ritmo da leitura. É como se toda a construção da história de repente caísse de uma vez, pra dar lugar às explicações. Fora isso, continuo a achar que este é o melhor trabalho dele até o momento.
E quanto à arte de Sean Murphy, ele dispensa apresentações. Com seu estilo peculiar, mas bastante expressivo, aqui ele apresenta um estilo mais solto, em várias páginas parecendo mais “limpo” que o seu usual. Aliás, comparando com outros trabalhos do artista, muito do ritmo fluente da narrativa se deve ao seu traço.
De modo geral, essa HQ pode não ser nenhuma revolução do gênero, mas ao apresentar uma história inteligente e bem amarrada, ela se torna um bom exemplo de FC em quadrinhos, e uma das melhores publicações do primeiro semestre deste ano.



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