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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

BATMAN - ANO UM


Em 1986, logo após terminar sua clássica O CAVALEIRO DAS TREVAS, Miller se juntou ao artista David Mazzuchelli, com quem havia feito “A Queda de Murdock” para o Demolidor, e juntos, começaram a recontar a origem e os primeiros dias de Batman como combatente do crime.
Em quatro capítulos, Miller começa mostrando a chegada de Bruce à sua cidade, após os anos de estudo e treinamento no exterior, paralelamente à chegada de Gordon. O primeiro capítulo é focado nos dois se adaptando a nova cidade. Enquanto vemos Bruce Wayne dando seus primeiros passos no combate ao crime, vemos Gordon (então, um tenente) conhecendo como funciona toda a corrupção policial da cidade, com o aval do comissário Loeb.
Com cortes temporais marcados pelas datas do ano em que a cena ocorre, Miller nos leva rapidamente às ações que moldaram os personagens, e em poucas páginas, vemos várias semanas que mostram como cada um foi ficando mais maduro em sua determinação.
No primeiro capítulo, Bruce tem mais destaque, com sua desastrosa  primeira investida contra o crime, terminando com a clássica cena em que um morcego quebra sua janela, da ndo-lhe a inspiração para criar um uniforme. Do segundo capítulo em diante, Gordon se torna o protagonista, tendo Batman como uma figura mitológica da cidade, quase sempre aparecendo nas sombras. Assim, Gordon representa como a cidade vê o surgimento de um vigilante vestido de morcego fazendo o que a polícia não faz.
Ao deixar o Batman levemente de lado, Miller faz da história algo “mágico”, pois além do fato de conhecermos James Gordon como uma pessoa com conflitos mais dramáticos, ele foge de ter que mostrar pela enésima vez o drama psicológico de Bruce Wayne, suas motivações, etc, etc. Ele se torna o Batman, e pronto! Agora, vamos ver como os cidadão de Gotham reagem a isso, e como a polícia o trata. De certo modo, deixa a HQ até mais realista.
Outro destaque à a presença da Mulher Gato. Em poucas páginas, Miller define com precisão a prostituta que decide “mudar de carreira”, se inspirando no Morcego para praticar roubos. Ela, diferente de outros bet-vilões (e até mesmo de suas versões anteriores) não sofre de nenhuma perturbação psicológica, apenas se fantasia para roubar. Simples. Ela acabou chamando tanta atenção que a DC tentou convencer Miller a fazer uma história com a origem dela. Não entraram em acordo, e anos depois, outros autores fizeram a tal história, sem o mesmo brilho de “Ano Um”.
BATMAN – ANO UM se tornou um marco nos quadrinhos, por sãs características únicas como uma forma de modernizar de forma mais “adulta” as origens e motivações de personagens, além de ser considerada até hoje como a história definitiva de como Batman começou sua carreira, desde então, fazendo parte da cronologia, e servindo de base para todo roteirista que decide recontar a origem dele. A HQ também serviu de base para o filme BATMAN BEGINS, além de ter uma adaptação feita em animação super fiel. 

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