HQ que recomendo hoje: O QUARTO VIVENTE, uma ótima obra pra quem gosta de histórias que fogem do padrão comum. Leia meu texto aqui:
O QUARTO VIVENTE
Estamos vivendo em um bom momento
para as hq’s independentes nacionais. Se ninguém conseguiu ficar rico vivendo
apenas delas, ao menos, estão se esforçando para produzir cada vez mais, e com
qualidade. Por isso, atualmente, quando vejo um novo lanamento nacional,
dificilmente me decepciono.
O QUARTO VIVENTE, de Luciano
Salles é um bom exemplo da qualidade das hq’s independentes, e da busca dos
autores em não ficar apenas no “feijão com arroz” que assola as hq’s
estrangeiras. O primeiro ponto positivo dessa edição é o preço. Apenas R$ 20,00
por um livrão com capa e papel de excelente qualidades. Um preço ideal, pra
conquistaar os bolsos dos diversos tipos de leitores. Ao folhear a revista, o
leitor se depara com uma arte “suja”, que lembra uma mistura de Mutarelli com
Geof Darrow. Personagens com feições “deformadas”, preenchendo cada parte do
quadrinho; Páginas com poucos quadros; Arte final com traços groços; E com cores berrantes, o que torna um
espetaculo para os olhos. Por um segundo, é como se estivéssemos com alguma hq
européia me mãos.
E a própria história lembra muito
as hq’s curtas de revistas como a Heavy Metal, Animal, e outras antologias do
tipo.
A trama mostra Juliett-E, uma
moça que vive em um mundo futurista globalizado, em que as pessoas misturam
várias linguas e culturas. Ela quer engravidar. Nesse futuro distópico, é
preciso de autorização para gravidez, além de se utilizar de métodos
diferenciados para a fecundação. A leitura de Quarto Vivente mostra um conto
curto sobre Juliett-E em sua decisão de ter um filho, e sua fertilização. Bem
curto mesmo.
Talvez o único “defeito” na obra
(com aspas, mesmo) seja esse: ela nos cativa de um modo simples, que, quando
acaba, faz com que fiquemos com vontade de
ler mais. Apesar de curta, e de apenas focar em um breve momento da vida
de Juliett-E, e do mundo que a cerca, o autor o faz de modo que insere o leitor
dentro de sse mundo. Quando estamos nos sentindo “confortáveis”, somos
brindados com a conclusão.
E, pra dar mais personalidade à
história, os diálogos que misturam linguas estrangeiras com gírias, que pode
deixar o leitor inicialmente confuso mas aos poucos se mostra fácil de
compreender, e ajuda na inserção do leitor nesse futuro distópico, que pode não
estar tão distante assim.
Outra boa característica é a
forma poética da hq. O final parece um devaneio, quase uma história do David
Lynch. Claro que, por isso, pode não agradar a todo tipo de leitor. Mas quem
gosta de uma ótima hq alternativa, é leitura mais que recomendada!
A revista pode ser encontrada em
lojas de quadrinhos, ou no site do autor:
Ficou ótimo, meus parabéns!
ResponderExcluir