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segunda-feira, 7 de abril de 2014

12 RAZÕES PARA AMÁ-LA


Uma HQ alternativa romântica, sem ser piegas. Leia sobre ela aqui:

12 RAZÕES PARA AMÁ-LA
Quem poderia imaginar que o gênero romântico também está nos quadrinhos?

Confesso que não sei porque comprei essa HQ. Nunca havia sequer ouvido falar dela, ou dos autores. Sei lá. Acho que foi o fato de ser algo diferente. Me chamou atenção. Gosto quando fico sabendo de um quadrinho que não tem super heróis, ou grandes sagas.
Bem, vamos falar dessa história. 12 Razões é uma graphic novel contada em 12 pequenos capítulos, publicada nos EUA pela ONI PRESS, e aqui no Brasil em 2007 pela Devir. Cada capítulo mostra um momento na vida e no relacionamento de um casal. E o título de cada um dos capítulos é o nome de uma música. Basicamente, é disso que trata a revista. O roteiro de cada capítulo é bem simples, mostrado de forma bucólica na maior parte do tempo, exceto quando o momento é mais dramático. Afinal, como todos sabem, uma parte integrante de um relacionamento são os desentendimentos. E eles são tratados da mesma forma que os momentos de ternura.
Em uma forma que, a princípio parece gratuita, os capítulos são mostrados fora de ordem cronológica. A história passeia por várias fazes da vida dos personagens, desde os primeiros encontros, até quando eles parecem estar juntos hà muito tempo. A princípio, isso parece apenas algo “jogado no ar”, mas conforme a leitura avança, vemos que há uma interligação entre as várias histórias, e que nada está jogado pelas páginas sem uma razão. Há uma conclusão para a grande história da vida dos dois, mesmo que ela não seja uma construção cronológica. De uma forma geral, é como se fosse um grande mosaico feito de lembranças. Lembranças essas que surgem de qualquer jeito à nossa mente quando estamos ao lado da pessoa amada.
O único problema aparente desse tipo de narrativa é que, enquanto álbum inteiro há uma linha mestra que une todos os capítulos, se analisados separadamente, cada pequena história pode decepcionar um pouco. Parece que as histórias não vão pra lugar algum, que elas terminam antes de se concluírem. Um exemplo é o capítulo 5, que começa em um cinema, o casal sai discutindo sobre o filme (ou melhor, sobre dormir durante um filme; ou melhor, sobre as mulheres terem medo de filmes de terror  enquanto um homem dorme ao ver o filme), depois vira uma discussão religiosa, e termina com o casal continuando a conversa ao subir as escadas pra seu apartamento, sem ter uma conclusão de nada. Estranho...
Além do fato de muitos capítulos serem tão curtos que fica impossível de se dar continuidade ao que quer que seja.
E quanto aos desenhos? Apesar de competente na composição de páginas e na firmeza da arte final, o traço e Joëlle Jones é amador. Pelo texto da biografia ao final da edição, dpa pra ver que ela não é uma desenhista com muitos trabalhos à época, mas ainda assim, seu traço muda a fisionomia dos personagens á cada quadro. Parece que ela mudava sem perceber, achando que estava mudando apenas as expressões faciais. Mas, infelizmente, em alguns quadros, os personagens mudam a estrutura óssea completamente. Apesar disso, ela possui um bom ritmo narrativo, que casa (sem duplo sentido) perfeitamente com o estilo da história. Aliás, ela também muda sutilmente o estilo da composição e finalização das cenas de acordo com o tom do capítulo. Mas uma boa sacada da Devir foi escolher publicar em um “formatinho”. Deixou a arte mais bonita. Não sei se nos EUA o formato foi o mesmo (acho difícil, mas...), mas esse formato deixa a arte mais compacta. E melhor pra apreciar o estilo dela, afinal, outra característica do seu traço é o uso de pouquíssimo cenário na maioria das páginas.
Agora, o grande trunfo dessa história: a natureza masculina/feminina que impregna cada página. Um trabalho sensível e excepcional, que mostra o lado sensível dos homens e o lado confuso das mulheres. Mas não se trata da visão do sexo oposto, ou de uma visão unissexual, mas cada um deles está mostrado de forma completa. Sem os preconceitos de quem acha que entende o sexo oposto. Essa história pode até ser um guia básico de certas emoções de um relacionamento que não conseguimos expressar por palavras, que acabamos sempre agindo como é visto em cada página.
As 12 RAZÕES PARA AMÁ-LA são também as 12 razões pra ler essa história.
E depois, emprestar pra sua pessoa amada ler também.

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