Considerada uma das melhores história de ambos os personagens, essa HQ que foi recentemente relançada pela Panini. Leia minha resenha sobre ela aqui:
TRIUNFO E TORMENTO
Um breve comentário sobre uma HQ
dos anos 80 que a Panini está trazendo de volta.
Em sua política de republicar
alguns clássicos em formato de luxo, a Panini tem acertado com alguns
lançamentos. Depois de esgotar (ou não) a lista de clássicos absolutos, nos
mais diversos formatos, a editora começou a republicar algumas histórias que,
apesar de não aparecerem com frequência em listas de “melhores de todos os
tempos”, são itens quase obrigatórios para os amantes de boas histórias.
Um desses itens é o recente
“DOUTOR ESTRANHO & DOUTOR DESTINO: TRIUNFO E TORMENTO”, produzido nos anos
80, e que a editora Abril já havia publicado por aqui em janeiro de 1991. Eu
tenho um exemplar, pois mesmo não sendo fã dos personagens, essa história é fantástica
a ponto de eu considerá-la obrigatória na minha coleção.
A história, escrita por Roger
Stern (um dos melhores escritores dos anos 80, infelizmente, sumido
atualmente), e com desenhos de Mike Mignola (que ais tarde ficaria célebre como
o criador de Hellboy), é uma daquelas histórias que possuem um ar de “história
definitiva” do personagem. No caso, dos dois personagens.
A originalidade e criatividade já
começa pela proposta: um herói, e um vilão que não é habitualmente o “seu”
vilão, e além do mais, eles não estão um contra o outro, mas lutando lado a
lado. A história começa quando um mago conhecido como “Velho Genghis” sente que
sua vida está pra terminar no plano terreno,por isso, ele convoca todos os
principais magos do planeta para participarem de um torneio que vai decidir
qual deles receberá o título de “Mago Supremo”. Entre esses magos, logicamente,
se encontram os dois Doutores que dão título à revista. Na introdução da história, é revelado que
Tanto Stephen Strange (o Dr. Estranho) quanto Victor Von Doom (o Dr. Destino)
haviam encontrado com o Velho Genghis no início de suas “carreiras”, em uma
bela menção à história de origem de cada um deles. Em uma ótima sacada do
roteiro, somos apresentados aos personagens dessa forma, o que além disso, nos aproxima
do Dr. Destino, já que, como ele mesmo diz no começo dessa história, ele não
está lá com intenções vis, mas como mais um dos magos convocados. E também,
como personagem DESTA história, ele não
está ali como vilão.
Após torneio, onde os vários magos usam seus
artifícios, seus conhecimentos e experiências, algo inusitado acontece: O Dr.
Estranho, o vencedor, precisa conceder uma dádiva à quem mais tiver continuado
de pé durante a provação, e a pessoa que conseguiu foi o Dr. Destino. Mas, ao
contrário do que se possa imaginar por conhecer o imperador da Latvéria, ele
não quer uma dádiva para planos de conquista, mas quer ajuda para encontrar e
salvar a alma de sua mãe, condenada ao inferno, onde está nos reinos de Mefisto
(o demônio do universo Marvel).
Assim, começa uma história muito
bem contada, que ainda nos apresenta novos fatos sobre as origens de cada um
dos personagens, e onde Von Doom nem é tão vilão assim. Ou melhor, ele deixa de
ser um vilão bidimensional como muitos personagens de quadrinhos, mas passa a
ter uma personalidade sólida, a qual podemos até mesmo compreender por que ele
age da forma como age.
Roger Stern criou uma história
que possui os elementos que os quadrinhos apreciam estar passando nos anos 80,
onde a inocência dava lugar à uma certa maturidade. Maturidade essa que muitos
escritores entenderam como violência explícita nos anos seguintes. Mas aqui,
não há nada disso. Alguns leitores mais jovens, acostumados com certas nuances
das atuais hq’s (sendo eufemista, pra não ofender ninguém) podem não gostar do
estilo dessa história, com um ritmo lento, mais focado nas ações internas dos
personagens e nos diálogos. Mas quem se deixar envolver pela trama vai se
surpreender com um completo domínio da narrativa para deixar o leitor dentro da
cabeça de cada personagem.
O enredo é composto de vários
“blocos” narrativos, como se fossem pequenos capítulos, cada qual com sua
própria estrutura, mas todos bem amarrados ao enredo principal. Roger Stern,
como eu disse, foi um dos melhores escritores de hq’s dos anos 80. Suas fases
em vários personagens Marvel foram marcantes. Ele conseguiu fazer com que suas
histórias se tornassem mais famosas que seu próprio nome. Qual leitor de
Capitão América daquela época não reconhece a fase em que o Capitão é coagido a
se tornar candidato á presidente dos EUA como uma das melhores que o herói
teve? E as histórias do Homem Aranha? Se mais escritore tivessem a
sensibilidade que balanceia aventura com emoções que este “Triunfo e Tormento”
possui, as atuais hq’s não seriam tá depreciadas, quando comparadas com os bons
tempos.
E a arte desta edição, por Mike
Mignola? Ainda que não esteja do mesmo jeito que hoje, seu traço é
inconfundível. Com menos áreas chapadas de preto, mas ainda assim, todo fã de
seu belo traço vai se maravilhar com as páginas dessa HQ. E ainda possuem um
recurso brilhante: enquanto os personagens estão no plano terreno, todas as
páginas possuem requadros nas bordas. Quando os “doutores” entram no Inferno,
não há requadros, e a arte “vaza” por toda a folha. Parece bobagem, mas dá uma
outra sensação de imersão do leitor na história.
Depois de ler essa história, acho
estranho que ela nunca tenha feito parte Ed nenhuma lista de melhores dos anos
80. Pra quem nunca leu, tenho certeza que vai adorar a leitura.
pooo lexy... essa aventura é muito legal mesmo.
ResponderExcluira cada ano o dr. destino se aventura nos dominios de mefisto em busca da alma da mãe.
nessa edição luxuoso e épica ele contará com a ajuda do mestre das artes misticas...
eu li umas 3 vezes muito legal.
sinta-se a vontade de postar material lá do meu blog o marvete sempre.
abraços
Valeu, Raniery!
ExcluirTambém já reli várias vezes essa hq. Tenho a edição da Abril, que achei em um sebo, e nunca me desfiz dela.