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segunda-feira, 9 de junho de 2014

DR. ESTRANHO & DR. DESTINO


Considerada uma das melhores história de ambos os personagens, essa HQ que foi recentemente relançada pela Panini. Leia minha resenha sobre ela aqui:


TRIUNFO E TORMENTO
Um breve comentário sobre uma HQ dos anos 80 que a Panini está trazendo de volta.

Em sua política de republicar alguns clássicos em formato de luxo, a Panini tem acertado com alguns lançamentos. Depois de esgotar (ou não) a lista de clássicos absolutos, nos mais diversos formatos, a editora começou a republicar algumas histórias que, apesar de não aparecerem com frequência em listas de “melhores de todos os tempos”, são itens quase obrigatórios para os amantes de boas histórias.
Um desses itens é o recente “DOUTOR ESTRANHO & DOUTOR DESTINO: TRIUNFO E TORMENTO”, produzido nos anos 80, e que a editora Abril já havia publicado por aqui em janeiro de 1991. Eu tenho um exemplar, pois mesmo não sendo fã dos personagens, essa história é fantástica a ponto de eu considerá-la obrigatória na minha coleção.
A história, escrita por Roger Stern (um dos melhores escritores dos anos 80, infelizmente, sumido atualmente), e com desenhos de Mike Mignola (que ais tarde ficaria célebre como o criador de Hellboy), é uma daquelas histórias que possuem um ar de “história definitiva” do personagem. No caso, dos dois personagens.
A originalidade e criatividade já começa pela proposta: um herói, e um vilão que não é habitualmente o “seu” vilão, e além do mais, eles não estão um contra o outro, mas lutando lado a lado. A história começa quando um mago conhecido como “Velho Genghis” sente que sua vida está pra terminar no plano terreno,por isso, ele convoca todos os principais magos do planeta para participarem de um torneio que vai decidir qual deles receberá o título de “Mago Supremo”. Entre esses magos, logicamente, se encontram os dois Doutores que dão título à revista.  Na introdução da história, é revelado que Tanto Stephen Strange (o Dr. Estranho) quanto Victor Von Doom (o Dr. Destino) haviam encontrado com o Velho Genghis no início de suas “carreiras”, em uma bela menção à história de origem de cada um deles. Em uma ótima sacada do roteiro, somos apresentados aos personagens dessa forma, o que além disso, nos aproxima do Dr. Destino, já que, como ele mesmo diz no começo dessa história, ele não está lá com intenções vis, mas como mais um dos magos convocados. E também, como personagem DESTA  história, ele não está ali como vilão.
Após  torneio, onde os vários magos usam seus artifícios, seus conhecimentos e experiências, algo inusitado acontece: O Dr. Estranho, o vencedor, precisa conceder uma dádiva à quem mais tiver continuado de pé durante a provação, e a pessoa que conseguiu foi o Dr. Destino. Mas, ao contrário do que se possa imaginar por conhecer o imperador da Latvéria, ele não quer uma dádiva para planos de conquista, mas quer ajuda para encontrar e salvar a alma de sua mãe, condenada ao inferno, onde está nos reinos de Mefisto (o demônio do universo Marvel).
Assim, começa uma história muito bem contada, que ainda nos apresenta novos fatos sobre as origens de cada um dos personagens, e onde Von Doom nem é tão vilão assim. Ou melhor, ele deixa de ser um vilão bidimensional como muitos personagens de quadrinhos, mas passa a ter uma personalidade sólida, a qual podemos até mesmo compreender por que ele age da forma como age.
Roger Stern criou uma história que possui os elementos que os quadrinhos apreciam estar passando nos anos 80, onde a inocência dava lugar à uma certa maturidade. Maturidade essa que muitos escritores entenderam como violência explícita nos anos seguintes. Mas aqui, não há nada disso. Alguns leitores mais jovens, acostumados com certas nuances das atuais hq’s (sendo eufemista, pra não ofender ninguém) podem não gostar do estilo dessa história, com um ritmo lento, mais focado nas ações internas dos personagens e nos diálogos. Mas quem se deixar envolver pela trama vai se surpreender com um completo domínio da narrativa para deixar o leitor dentro da cabeça de cada personagem.
O enredo é composto de vários “blocos” narrativos, como se fossem pequenos capítulos, cada qual com sua própria estrutura, mas todos bem amarrados ao enredo principal. Roger Stern, como eu disse, foi um dos melhores escritores de hq’s dos anos 80. Suas fases em vários personagens Marvel foram marcantes. Ele conseguiu fazer com que suas histórias se tornassem mais famosas que seu próprio nome. Qual leitor de Capitão América daquela época não reconhece a fase em que o Capitão é coagido a se tornar candidato á presidente dos EUA como uma das melhores que o herói teve? E as histórias do Homem Aranha? Se mais escritore tivessem a sensibilidade que balanceia aventura com emoções que este “Triunfo e Tormento” possui, as atuais hq’s não seriam tá depreciadas, quando comparadas com os bons tempos.
E a arte desta edição, por Mike Mignola? Ainda que não esteja do mesmo jeito que hoje, seu traço é inconfundível. Com menos áreas chapadas de preto, mas ainda assim, todo fã de seu belo traço vai se maravilhar com as páginas dessa HQ. E ainda possuem um recurso brilhante: enquanto os personagens estão no plano terreno, todas as páginas possuem requadros nas bordas. Quando os “doutores” entram no Inferno, não há requadros, e a arte “vaza” por toda a folha. Parece bobagem, mas dá uma outra sensação de imersão do leitor na história.
Depois de ler essa história, acho estranho que ela nunca tenha feito parte Ed nenhuma lista de melhores dos anos 80. Pra quem nunca leu, tenho certeza que vai adorar a leitura.

2 comentários:

  1. pooo lexy... essa aventura é muito legal mesmo.
    a cada ano o dr. destino se aventura nos dominios de mefisto em busca da alma da mãe.
    nessa edição luxuoso e épica ele contará com a ajuda do mestre das artes misticas...
    eu li umas 3 vezes muito legal.
    sinta-se a vontade de postar material lá do meu blog o marvete sempre.
    abraços

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    Respostas
    1. Valeu, Raniery!
      Também já reli várias vezes essa hq. Tenho a edição da Abril, que achei em um sebo, e nunca me desfiz dela.

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