SWEET TOOTH, uma das obras mais tocantes do selo Vertigo nos últimos tempos. Leia minha resenha aqui:
SWEETH TOOTH
Uma análise sobre esta
interessante HQ
Quando a Panini lançou SWEETH TOOTH no Brasil, eu fiz um breve
comentário sobre a primeira edição. Agora, tendo lido os 3 volumes publicados,
volto a escrever, pois modifiquei um pouco a minha opinião sobre esta obra.
Sweeth Tooth é escrita e
desenhada por Jeff Lemire, um autor
“novato” que está se tornando a nova sensação da DC comics, escrevendo pra vários títulos. Sua sensibilidade para
com as histórias é notável já na primeira leitura. Ele sabe como construir e
conduzir histórias, dando um clima de realismo, e comum ritmo naturalíssimo.
Quem acompanha o Homem Animal dele pode perceber isso.
Nesta saga, mais autoral, ele
conta a história de Gus, um menino
híbrido humano com chifres de cervo. Ele vive em um mundo pós-apocaliptico onde
uma praga sem cauã conhecida dizimou grande parte da população. Os
sobreviventes vivem como podem, formando milícias selvagens, grupos de saques,
etc. Gus pode ser a chave da causa, e talvez da cura para a praga.
Tudo começou cerca de 7 anos
antes, com a praga. Após esse acontecimento, todas as crianças começaram a
nascer com partes de animais no corpo. Algumas dessas crianças são
trancafiadas, e usadas em laboratórios, para testes.
A história começa quando o pai de
Gus morre, e o menino fica só em sua casa. Atracado por caçadores, ele é salvo
por Jepperd, um grandalhão mau
humorado, o tipo de cara de poucos amigos. No primeiro volume, ele engana o
menino e o leva para uma instalação científica, onde ele será estudado de várias
formas. Esse primeiro volume possui um ritmo estranho, tudo acontece muito
rápido, e não há muito tempo para nos apegarmos aos personagens. Talvez eu
ainda tinha Y – O ÚLTIMO HOMEM na
cabeça, e achei que a nova revista seria igual
mostrando a dupla em sua peregrinação pelo mundo desolado. Ledo engano.
A partir do segundo volume, fica
claro que essa HQ n ao é mais uma nova versão do clichê de “um grupo de pessoas
andando pelo mundo desolado”. O segundo volume é focado em Gus sendo analisado
por um cientista da base onde ele se encontra preso, enquanto Jepperd tenta
acabar com a vida, até ter uma crise de consciência, e, no final, decide voltar
e salvar a vida de Gus. Agora, as coisas acontecem com um novo ritmo, mais
calmo, mais focado em cada acontecimento isoladamente. A trama vai crescendo
aos poucos.
O terceiro volume mostra Gus
tentando fugir do local, enquanto Jepperd junta uma equipe para invadir o local
e salvar as crianças híbridas. Algumas revelações são feitas, tudo de forma
quase casual, o que envolve ainda mais o leitor.
E o que pode ser considerada a
melhor qualidade desta saga, é a concisão. Com duração de apenas 40 números(e 6
encadernados) nos EUA, Lemire vai direto ao ponto, sem ficar enrolando em
diálogos forçados e banais. Talvez pelo fato de seus personagens serem um
acriança e um brutamontes que não gosta de ninguém, a história é cheia de ação.
O que parecia um defeito no começo, se mostra agora um recurso narrativo
competente.
Talvez, por sua premissa
esquisita, Sweeth Tooth não se torne uma obra aclamada, como foram “Y”, “Ex-Machina”,
ou “100 Balas”. Mas quem se atrever a
ler, não vai se arrepender.
Nenhum comentário:
Postar um comentário