Primeiro volume com as primeiras história do Monstro, feita por seus criadores originais. Leia minha resenha aqui:
MONSTRO DO PÂNTANO
Um dos melhores lançamentos deste
semestre pela Panini foi este encadernado do Monstro do Pântano. Contendo as
edições originais da saga da criatura, escrita e desenhada por seus criadores
Len Wein, e Berni Wrhigtson, estas histórias não são apenas o marco inicial na
história daquele que, sem quere, seria um dos pilares do amadurecimento dos
quadrinhos americanos, mas pedra fundamental da criação do selo Vertigo.
Claro, a criação do selo dependeu
inicialmente da fase escrita por Alan Moore, que foi quando as histórias
começaram a ganhar seu teor adulto. Mas isso não quer dizer que as histórias
originais de Le Wein sejam infantis, ou mero lugar comum. Pelo contrário. Para
quem, como eu, nunca havia lido nada dessa fase inicial, essas histórias
surpreendem bastante, pois elas possuem um estilo bastante controverso, se
comparado à maioria das HQs da época.
Talvez pelo fato de seu editor na época ser Joe Orlando, que já passou
pela célebre editora EC Comics, o maior nome dos quadrinhos de terror dos anos
50, o que pode ter contribuído para isso.
Este encadernado publica as
primeira 6 edições da revista do Monstro, mais a sua primeira aparição, cerca
de 1 ano antes, em House of Secrets # 92. Há ainda um texto introdutório do próprio Wein sobre a
criação do personagem, e porque, ao dar um título à ele, foram feitas
modificações em sua origem, sua identidade, e na época em que as histórias se
passam.
Agora, voltando a falar sobre
essas histórias, para quem conheceu Alec Holland através da fase Moore, é
interessante ver como o bruxo inglês respeitou toda a essência do personagem.
Ele pode ter levado as histórias para outros patamares, mas as características
básicas de todos eles estão ali. Toda a base. Chega a ser estranho ver como
surgiram todos os temas recorrentes da serie, que pra quem leu a fase posterior
já conhece bastante, surgindo nas histórias. Tomamos conhecimento com Alec e
Linda Holland, em sua vida de casal cientistas, as organizações que estavam
atrás deles, e de sua fórmula biorrestauradora, e como os personagens
coadjuvantes vão surgindo, se conectando, e fazendo parte da saga do monstro
aos poucos.
Mas esta edição não é imperdível
apenas para os fãs da fase Vertigo do personagem. Não se trata apenas de uma
revista feita para que a coleção de muitos fã da fase “Moore-em-diante”
completem suas coleções. O que torna esta edição realmente um clássico é o fato
de suas histórias serem realmente boas. Elas não envelheceram nem um pouco,
apesar de terem sido produzidas décadas atrás. Elas possuem um frescor, que é
como se fossem hq’s feitas hoje em homenagem aos clássicos.
Wein possui um estilo de ir
conduzindo o leitor lentamente pelo cenário da história. Ele só conta o
suficiente para que entendamos a história até aquele momento, deixando várias
informações para nos mostrar mais tarde, quando do clímax da história. É como
ver um episódio(bom) da série “Supernatural”.
Um pé no estilo clássico dos contos de horror, mas com um jeito moderno
de ver essas situações.
E o estilo de Berni Wrightson,
não por acaso, virou sinônimo de desenho de HQ de terror. Seu estilo é moderno
nos ângulos e enquadramentos, mas ao mesmo tempo com uma finalização “suja”,
que remete às hq’s antigas. E o domínio da narrativa é tanta que o leitor segue
com os olhos exatamente o que o artista quer mostrar, sem desvios para a página
seguinte. Só não é melhor devido às cores, que na época, não eram devidamente
valorizadas pelas editoras. Quem entende dos bastidores das HQs, sabe que foi
apenas após Neal Adams, em meados dos anos 70, que revolucionou o conceito do
uso das cores nos quadrinhos. Antes disso, as cores eram editadas de uma forma
porca, mesmo.
E quanto à edição da Panini? Nota
10! O que alguns leitores mais chatos podem questionar, que é o fato de o
encadernado foi “cortado” em 2 volumes, enquanto nos EUA toda a fase foi
publicada em uma única edição. Eu, particularmente, acho melhor, pois além de
ser desconfortável ler um livro enorme nas mãos, ao dividir em dois volumes, o
preço fica mais acessível. Fora, isso, também conta o formato, igual ao de
“Hellbazer Origens”, ou seja, papel Pisa, capa cartão com orelhas, e preço
camarada.
Se você é um amante do selo
Vertigo, fã da criatura do pântano, ou apenas que ler ótimas histórias de
terror, essa edição é uma ótima pedida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário